quinta-feira, 11 de março de 2010

Ritmo da emoção

Meu coração perturbado
Não compreende a diferença
Entre amor e solidão.
Preenchido por um vazio habitado
Perdeu o compasso
Está no ritmo da emoção.

Do lugar

Se não o vi passar, não foi porque não quis
Somente fechei os olhos para imaginar.
E ali você passou.
Espero no mesmo lugar.

Bogotá - Colômbia: Diferenças

Se isso é coragem, eu não sei. Mas estou em um lugar desconhecido, rodeada por desconhecidos, sendo também uma desconhecida. Estou me aventurando em busca de algo novo; aos poucos descobrindo o que é. A sutil diferença é que aqui a diferença é o que vale. E dentro dessa diferença há respeito, cumplicidade e objetivos em comum. Estudantes que querem compartilhar, ser, estar, estudar e, principalmente, viver.
Não descobri ainda se os estilos que se mesclam aqui significam juventude ou atitude. Ou os dois. O que me espanta não são as meninas com "dreadlocks" ou os meninos usando bolsas a tiracolo, mas sim, como somos ignorantes quando não respeitamos essas escolhas.
Se uso saia comprida, ou sou crente ou sou "hippie". Se algum ser do sexo masculino usa bolsa (colorida, que pode também ser usada por um ser do sexo feminino) é considerado "afeminado". Não aqui, mas nas cidades pequenas, onde quem é capaz de simplesmente mostrar sua autenticidade, sua identidade também por fora, não é digno de bons adjetivos. Não digo que ser chamado de "hippie" ou crente seja ruim, porém quem não sabe o que é ser "hippie" ou não respeita outras religiões, julga que não são coisass boas. E assim por diante.
Será isso somente ignorância? Ou inveja? Ou também falta do que fazer?
Um dos maiores problemas é que muitos utilizam a identidade dos outros para se diferenciarem dos demais. O que os torna iguais. E isso faz com que cometários sejam ditos. Mas e daí? Buscamos a vida toda nos identificarmos com várias tribos até encontrarmos a nossa. Pode demorar muito tempo, ou pode ser que estejamos experimentando todas para sabermos como é. E nada justifica julgar ou condenar os outros. Isso é atitude. Mesmo que muitas vezes seja uma atitude infeliz, mas ninguém tem nada a ver com isso.
Falta do que fazer é equivalente a tempo perido. E perde tempo quem se preocupa mais com a vida dos outros do que com a sua.