sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Do futuro

Me veja somente até onde consegue me ver.
Deixe que eu veja o restante...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quase

Quase ganhei um jogo perdido
Quase entrei por uma porta fechada
Quase abandonei o caminho percorrido
Quase me perdi próximo da chegada
Quase encarei a verdade de frente
Quase ignorei a mentira escancarada
Quase encontrei o que estava presente
Quase respirei embaixo d'água...

Eu e Tu

Se sou eu, por que não fui?
Se és tu, por que não eu?
Se somos nós, por que não juntos?
Mas...
Se apenas eu; longe de ti.
Se não és tu, por que eu?
então de nós, resta eu e tu.

Do meio

Começo do meio
Pois o início
É o fim do começo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Da possibilidade

Mentir, não.
Omitir, às vezes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A verdadeira história da insensatez

Não havia galhos. Nenhum. Apenas pequenas cavidades onde eu poderia encaixar o pé. Olhei para cima novamente. E no mesmo lugar estava ela. Mais bela do que antes. Deveria eu correr o risco de tentar? Um descuido qualquer poderia me levar ao chão e, talvez, não mais me levantaria. Mas ela não só me olhava como parecia me chamar. E eu fui. Só o seu cheiro seria o suficiente para me satisfazer. Minha fome não era tão grande, o desejo de tê-la era maior. Decidi, então, só tocá-la. Não a tiraria de lá.
Vagarosamente, vislumbrando-a, subi.
Do último galho, do qual nascera, se desprendeu. E, de alguma forma, seu caule prendeu-se no tronco da árvore. Já estava lá há tempo. Como ninguém ainda havia a tirado de lá? Aposto que não seduzia apenas a mim.
Debaixo dessa árvore eu já passara outras vezes, e não a enxerguei.
Não sei se não quis vê-la ou se havia se escondido de mim. Ou, simplesmente, não percebi.
Ninguém por perto. O que há de errado? Qual seria o perigo de subir em uma árvore, sem galhos para me segurar, sem alguém para me socorrer se eu caísse, com pequenos espaços para encaixar meus pés?
Foi quando fiquei frente a frente com ela; seu perfume penetrou na minha mente, na minha alma. E a toquei. Toquei com sutileza para não machucá-la. Eu a queria inteira, sem cicatrizes. Aproximei meus lábios da sua pele. Era minha. E, com as duas mãos em volta do seu corpo, escorreguei, pois nada além dos meus pés me mantinha à árvore. E fui ao chão.
Por um momento pensei que a árvore havia me empurrado. Ledo engano. A maçã, percebendo um resquício de lucidez, lembrou-me: é pecado.

Partida ou chegada?

Por favor, saia.
Não insista em ficar.
Estou na minha, em silêncio
Tentando me controlar.
minha culpa? Sou refém...
Você forçou a entrada
Invadiu minha morada
E eu esperando por ninguém.
Seu lugar não é aqui
Não é aqui que deve estar.
O seu caminho é logo ali
Há alguém a lhe esperar.
Não pense que é tão fácil
Colocá-lo daqui para fora
Queria mesmo que ficasse
Não queria lhe madar embora.
Mas antes que seja tarde
Quero que da minha lembrança se despeça.
Vá, e não faça alarde.
Minha vida, daqui para frente, recomeça.
Mas talvez se aqui viesse
Disposto a me amar
esqueceríamos de todo o resto
Para juntos (re)começar?

Publicada no jornal O Informativo do Vale, dia 10 de novembro de 2009.

Do fim

Começo de um ponto,
Mas ele acaba comigo.
Seu nome, cruel inimigo, é ponto final.

Do medo

Socorro! Socorro!
Não consigo sair!
Estou presa nesta angústia...
Ela vai me consumir!

Você

Voltou pra quê?
Eu falei pra você ir.
Não me ligue mais
Não adianta insistir.
Os seus argumentos não me convencem
A sua verdade é a que mais doi.
Os seus sentimentos não me pertencem
Essa angústia me corroi.
Não controlei meus sentimentos
Nem o que eu disse, nem o que eu fiz.
Perdi a razão, não calculei o riscos.
Eu perdi minha paz, e você... talvez mais feliz.

domingo, 27 de setembro de 2009

Angústia

Silenciei.
Te engano - tu pensas que é calma.
Te iludo - tu pensas que é paz.
Meu grito é mudo.

sábado, 16 de maio de 2009

Do valor

Não sei o valor do meu tempo.
Uma parte perdi pensando (em ti)
A outra, me resta usar
Para tentar (te) esquecer.

Do resto

Me valho do pensamento
De que o resto não deve restar.
Um resquício de qualquer coisa
O tempo, só, não vai apagar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mais

Espero ouvir outros passos
Não iguais aos que já ouvi.
Quero apenas que entre
Desta vez, sem bater na porta.
Desejo que fique
Não apenas que passe.
Sonho que seja melhor.
Somente assim não vou mais
Esperar
Querer
Desejar
Sonhar
Você.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sentimento puro

“Rodeiam-me certezas concretas
Sensações não antes sentidas
Eu ouço as palavras certas
Nunca antes ouvidas

Encontrei um sentimento novo
No caminho onde andei
Um sentimento tão puro
E a ele me entreguei”

Momentos

Bons momentos acontecem
Quando não há intenção,
-Quando ninguém presta atenção-
Quando não há qualquer pretensão.
Pode ser sozinho
Ou no meio da multidão.
Escuridão?
Pode haver, sem preocupação
Não direi nada...
Não me guio pela razão
Apenas me entrego
De corpo, alma e coração.

Trilha sonora da imaginação

Sempre há uma canção
Para cada momento da vida.
Sempre há uma emoção
Para cada situação vivida.
A emoção fazemos acontecer.
A canção...
...é a trilha sonora da imaginação.

A necessidade de ilusão

Cantei vitória antes de ganhar o troféu. Ainda bem que ninguém ouviu. Quer dizer, fui ouvida sim. Justamente por aquele que não deveria escutar. Aquele que me derrotou. Aquele que incorporou a fábula da tartaruga e da lebre para me fazer acreditar que eu havia ganhado. E enquanto eu pulava, me divertia, ele passou devagarzinho. E eu nem notei. Onde eu estava com a cabeça? No mesmo lugar para onde ela sempre vai quando a deito no travesseiro. Se esse lugar tivesse nome, chamar-se-ia Ilusão. Um lugar que não corresponde com a realidade. Não, não estou falando de sonhos. Sonho é futuro, ilusão é presente. Falo de um tipo de imaginação egoísta, que satisfaz a sua parte superficial. Não alimenta o coração nem preserva a alma. Não obstante, existe alegria sim. É um mundo só seu. Você pode se deslocar para tantos lugares, como uma peça de quebra-cabeça, sem mover-se. E foi lá que ganhei. Não é contradição. Ganhei o troféu e o coloquei na estante. Mas quando voltei, não havia nem estante, nem troféu. Havia um espaço vazio, dentro e fora de mim.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Fora do ritmo

Cantou lentamente
Na mesma melodia.
Um dueto.
Os olhos se cruzaram no refrão
Um improviso engrandeceu a canção
Mas desafinei.
Silêncio.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Tempo

O tempo não passa sozinho.
Você passa com ele.

domingo, 15 de março de 2009

Embriaguez

Eu nunca te dei um beijo sóbria
Pois eu nunca estive sóbria de amor.

domingo, 8 de março de 2009

Como tudo na vida

Saber machuca.
Não saber mata.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Me perdi

Me perdi de mim
Quando me perdi em ti.

Da permissão

Você bateu e te deixei entrar.
me encantou com seu sorriso.
-Pura inocência no olhar-
Suas verdades faladas
Adormeceram os meu sentidos.
As músicas cantadas
Encantaram os meus ouvidos.

Realização

Voa
Para bem longe
E pousa.
Sente
Para poder sonhar
Com o desconhecido.
Pensa
Para realizar os desejos.
Chora
Para espalhar felicidade.
E fica...

Da transformação

Comecei como uma brisa
Após me transformei em ventania
E numa sequência de raios
Fui furacão.
Então chovi.
No fim, apenas uma nuvem.
E passei.
Desapareci.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tudo em seu devido lugar

Desde pequenos aprendemos a organizar nossos brinquedos, a arrumar a mochila para ir à escola, a não bagunçar a casa, muito menos a dos outros. Obviamente aprendemos tudo isso com os nossos pais ou com quem nos criou, para que quando crescêssemos nos tornássemos pessoas organizadas, tanto em casa como no trabalho.
Há aqueles que se tornam minuciosos, quase que insuportáveis. Estão sempre ajeitando ou endireitando algo, em qualquer lugar que estejam.
E há aqueles que não ligam para a desordem, algumas vezes por preguiça ou por dizerem que é na bagunça que está a sua ordem. Pode ser que estas pessoas não se cobrem tanto e acreditem que a bagunça não é um defeito, mas um jeito de viver.
Não conheço um bagunceiro ou um minucioso que se intitule diferente. Ambos estão cientes do que são, e com muito orgulho. O problema é que muita gente não se dá conta de se organizar “internamente”. Já pensou que de nada adianta arrumar o quarto se o seu coração não está tranquilo? A sua casa pode estar um brinco, mas se a sua cabeça estiver igual a um campo de guerra, sendo bombardeada por medos, incertezas, alegrias, tristezas, indecisões, erros, acertos, enfim, você nunca estará satisfeito com o que vê externamente. A sensação de ordem ocorre de dentro para fora, como tantas outras coisas. Tire o pó de você, encaixote suas angústias, distribua sentimentos bons, coloque fora o que não lhe faz bem, reviva emoções engavetadas.
Bagunceiro e minucioso são adjetivos que se tornam características das pessoas.
A organização da mente, do corpo e da alma, torna uma pessoa feliz.

Eu queria lhe dizer

Eu queria lhe dizer que sinto um medo enorme, uma insegurança tenaz, mas ainda assim preciso me confessar. Você está longe de ser padre, e me alegro por isso, seria incomum me revelar apaixonada por um. Ou seja, confissão feita. Sim, estou apaixonada por você. Um pouco cedo para isso? Pode ser. Paciência é uma virtude que não cabe a mim. Esperar é inevitável, já que para encontrar você tenho que enfrentar o relógio, os dias e as noites. Ainda consigo dormir, pensando em você. Posso trabalhar normalmente, relembrando nós dois. Leio um bom livro, transformando-nos em personagens principais. Minha capacidade de imaginação me permite recriar as cenas do nosso curta-metragem. Gostaria de poder editar algumas falas, minhas e suas. Porém, começo a perceber que o diretor aqui é você.
Queria lhe dizer que seu olhar me intimida, a ponto de levantar a bandeira branca e me entregar. Sua sinceridade me assusta, mesmo que por algumas vezes contraditória. Pelo menos tento acreditar nisso.
Queria lhe dizer que você pode me ligar, ou quem sabe me escrever. Queria tanto saber se você pensa em mim! Coisas incertas me perturbam, porém me permitem sonhar. Ou ter pesadelos. Como vou negar que quero você? Me esforço ao máximo para que eu não seja descoberta, um segredo inviolável, pelo menos para você, por enquanto.
Tolice minha é acreditar que você ainda não tenha percebido isso.
Queria lhe dizer que não vou lhe procurar, que você terá que fazer isso. Falo sério.
Você me chamou de louca outro dia. Ainda não descobri o real motivo. Não sei se por ser surpreendente ou ilógica. Queria lhe dizer que sou louca por você. Queria.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Do Início

Precipitado é o precipício
-Se for preciso eu corro,
Eu vou ao topo do morro-
Sempre será o início.