quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Eu queria lhe dizer

Eu queria lhe dizer que sinto um medo enorme, uma insegurança tenaz, mas ainda assim preciso me confessar. Você está longe de ser padre, e me alegro por isso, seria incomum me revelar apaixonada por um. Ou seja, confissão feita. Sim, estou apaixonada por você. Um pouco cedo para isso? Pode ser. Paciência é uma virtude que não cabe a mim. Esperar é inevitável, já que para encontrar você tenho que enfrentar o relógio, os dias e as noites. Ainda consigo dormir, pensando em você. Posso trabalhar normalmente, relembrando nós dois. Leio um bom livro, transformando-nos em personagens principais. Minha capacidade de imaginação me permite recriar as cenas do nosso curta-metragem. Gostaria de poder editar algumas falas, minhas e suas. Porém, começo a perceber que o diretor aqui é você.
Queria lhe dizer que seu olhar me intimida, a ponto de levantar a bandeira branca e me entregar. Sua sinceridade me assusta, mesmo que por algumas vezes contraditória. Pelo menos tento acreditar nisso.
Queria lhe dizer que você pode me ligar, ou quem sabe me escrever. Queria tanto saber se você pensa em mim! Coisas incertas me perturbam, porém me permitem sonhar. Ou ter pesadelos. Como vou negar que quero você? Me esforço ao máximo para que eu não seja descoberta, um segredo inviolável, pelo menos para você, por enquanto.
Tolice minha é acreditar que você ainda não tenha percebido isso.
Queria lhe dizer que não vou lhe procurar, que você terá que fazer isso. Falo sério.
Você me chamou de louca outro dia. Ainda não descobri o real motivo. Não sei se por ser surpreendente ou ilógica. Queria lhe dizer que sou louca por você. Queria.

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