Ela busca realização profissional, toma muito café para se manter acordada e não tem tempo para se preocupar com a vida pessoal, anulando qualquer possibilidade de relacionamento, mesmo demonstrando que gostaria de ter um. Ele procura um novo lar para ajudá-lo a superar a morte da esposa, perdeu a vontade de trabalhar e passa os dias bebendo, se alimentando mal, suas companhias constantes são a dor e o sofrimento. Essas são algumas das características dos personagens principais do filme E se fosse verdade. Uma comédia romântica com final previsível, na qual os dois se encontram por forças do destino e ficam juntos. Conclusão: o amor é lindo e o destino é o nosso guia. Será? Sabemos que, em se tratando de cinema, tudo é possível. Por isso, esqueça o fato de que ela é um espírito e que somente ele a enxerga. Lembre-se de como ela se tornou um espírito: eufórica por ter sido promovida e exausta de tanto trabalhar, se distraiu ao volante e sofreu um grave acidente que a deixou em coma. Um enredo pouco provável de tornar-se realidade. No entanto, ao final do filme, não o interpretei como mais uma história de amor com final feliz. Fui um pouco mais além. Transportei a história para a vida, e pensei: e se fosse verdade? E então, mais uma conclusão: não é verdade. É ficção, é sonho, o que quer que seja. Mas não é verdade. Se você acredita ou não em espíritos, se acredita ou não em destino, não importa. Coincidências, destino, sonhos são crenças que podem facilitar a maneira como encaramos a vida. O que realmente importa é se você acredita nela. Desejo que só aconteçam coisas boas nas nossas vidas, mas não espere que algo de ruim ocorra para então rever conceitos, se arrepender e mudar. Talvez você tenha sorte ou o destino lhe reserve surpresas, mas normalmente não funciona assim. Viver não é sinônimo de trabalhar. Felicidade não é sinônimo de dinheiro. A vida está aí, acontecendo. Você tem possibilidades, mas nem tudo é possível.
Publicada no jornal O Informativo do Vale
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